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Dor Miofascial e Pontos Gatilho
Quem nunca sentiu aquele “nó” dolorido na musculatura após algumas semanas de treino mais intenso? Ou mesmo pessoas sedentárias, após uma atividade com a qual não estão habituados? Se identifica?
A síndrome dolorosa miofascial é uma condição comum, caracterizada pela presença de “pontos gatilho” (trigger points), e seus sintomas clínicos, que incluem fenômenos motores, sensitivos e autonômicos. É uma das causas mais comuns de dor na população ativa de meia-idade. Isto porque a síndrome é decorrente de sobrecargas e uso repetitivo da musculatura. Em esportistas e praticantes de atividade física, é uma causa comum de limitação.
Um fato interessante é que pessoas mais ativas que se submetem regularmente a atividade intensa tem menos sintomas dessa síndrome do que pessoas sedentárias submetidas a atividades vigorosas ocasionais. Alguns sintomas incluem:
- Dor difusa em um músculo ou grupo de músculos
- Banda muscular tensa palpável contendo pontos gatilho
- Reprodução da dor ao comprimir o ponto
- Alívio da dor após estiramento do músculo
- Possível encurtamento muscular e redução da força muscular
Os pontos gatilhos (PG) miofasciais são definidos como nódulos palpáveis e hipersensíveis localizados em bandas tensas da musculatura esquelética, e são a grande característica da síndrome miofascial. De forma mais simples, um ponto gatilho é aquele “nó” dolorido que aparece na musculatura sobrecarregada.
Eles são decorrentes de sobrecargas dinâmicas (traumatismos, excesso de uso) ou estáticas (sobrecargas posturais), ocorridas durante as atividades ocupacionais, esportivas e da vida diária. Pontos dolorosos adicionais ou satélites podem ocorrer na área de referência do PG original ou principal.
Uma característica marcante dos PGs é a ocorrência de uma contração muscular visível e palpável quando se estimula o ponto ou banda tensa, conhecida como reflexo contrátil localizado, ou “twitch”.
PGs podem ser tanto um fator de causa como a consequência de outras patologias músculoesqueléticas.
Portanto, é comum vê-los associados a lesões como tendinopatias, entesopatias, bursites, tendinites, entre outras. Importante lembrar que esses pontos podem ser ativos ou latentes. Nos ativos, os sintomas são espontâneos, enquanto nos latentes, os sintomas aparecem quando o ponto é palpado.
Tratamento
O tratamento consiste, basicamente, na abordagem e inativação dos pontos-gatilho. Falando assim, parece simples, mas nem sempre é. Para isso, é preciso identificar os fatores que estão contribuindo para sobrecarregar aquela musculatura acometida, e corrigir essa sobrecarga. Num contexto de esporte e prática regular de atividade física, isso envolve uma abordagem ampla, que inclui:
- Biomecânica e cinesiologia do gesto esportivo
- Carga de treino
- Tratamento de outras patologias associadas (tendinopatias, entesopatias, osteoartrites, entre outras)
- Fatores posturais
- Sono
- Nutrição
- Fatores psicossociais e comportamentais
- Medicações (anestésicos, relaxantes musculares)
- Métodos físicos (liberação miofascial, acupuntura, calor, alongamento, ondas de choque)
- Infiltrações (anestésico local, toxina botulínica)
Medidas como agulhamento, infiltrações e medicamentos são importantes no tratamento, porém se a causa base e os fatores predisponentes não forem abordados, o mais provável é que os sintomas voltem!